Seu filho não está fazendo birra para te desafiar. Ele está se comunicando. Você sabe o que ele está tentando te dizer?
- Renata Cristina Tutumi
- 28 de ago.
- 2 min de leitura
A cena é familiar: seu filho se joga no chão, grita, chora, parece inconsolável. Você respira fundo, tenta manter a calma, mas lá no fundo surge aquela pergunta: “Por que ele está fazendo isso comigo?”
A resposta pode surpreender: ele não está fazendo isso contra você. Ele está tentando se comunicar com você.
O cérebro infantil ainda está em construção
Antes de tudo, é importante entender que o cérebro da criança está em desenvolvimento. As áreas responsáveis pelo controle das emoções, pela tomada de decisões e pela autorregulação (como o córtex pré-frontal) só amadurecem por completo por volta dos 25 anos de idade. Ou seja, esperar que uma criança pequena tenha autocontrole emocional é como esperar que ela seja uma campeã olímpica de natação sem nunca ter mergulhado numa piscina. A birra, nesse contexto, é uma explosão emocional que ela ainda não sabe como conter.
Birras são sinais de necessidades não atendidas
Para entender a birra, precisamos ceitar que toda birra carrega uma mensagem. Pode ser fome, sono, frustração, excesso de estímulo, necessidade de atenção ou simplesmente um sentimento que a criança não consegue nomear. É um desconforto, uma insatisfação, mas sem ferramentas para expressar o que sente, a criança recorre ao que tem disponível: o choro, o grito, o corpo. E é aí que entra o nosso papel como adultos: traduzir esse comportamento em linguagem emocional.
Conexão é a base da regulação emocional
Crianças não precisam apenas de limites, elas precisam, antes de tudo, de vínculo. A conexão com os cuidadores principais é o que dá segurança emocional para que elas aprendam a lidar com o mundo. Quando uma criança se sente vista, acolhida e compreendida, ela se regula mais facilmente. A birra diminui de forma saudável não porque a criança foi “punida”, mas sim porque foi compreendida.
Autoconhecimento: o ponto de partida para lidar com as birras
Birras vão acontecer. Fazem parte do desenvolvimento. Mas a forma como reagimos a elas pode mudar tudo. Se você se sente constantemente irritada, frustrada ou culpada ao lidar com esses momentos, talvez seja hora de olhar para dentro. Quais gatilhos emocionais estão sendo ativados em você? Quais crenças você carrega sobre autoridade, obediência ou controle? Trabalhar o autoconhecimento é essencial para que você possa agir com mais empatia, firmeza e serenidade até nos momentos mais desafiadores.

O que fazer: Conectar para conduzir
O neuropsiquiatra Dan Siegel propõe uma abordagem poderosa: “Conectar para conduzir”. Antes de tentar corrigir o comportamento, conecte-se emocionalmente com a criança. Isso pode ser feito com um abraço, uma frase acolhedora ou simplesmente estar presente com empatia. Depois que a criança se acalma, conduza-a com firmeza e clareza. Explique, ensine, oriente. Esse método respeita o tempo emocional da criança e fortalece o vínculo entre vocês, criando um ambiente de aprendizado as invés de punição.
Em resumo: Seu filho não está fazendo birra para te desafiar. Ele está pedindo ajuda. E você, como mãe, tem o poder de transformar esses momentos de caos em oportunidades de conexão, crescimento e amor.
Se você se descontrola, se desanima, se envergonha com as birras em público, eu posso te ajudar.
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