O luto da mãe idealizada: como aceitar a mulher real que você é na maternidade
- Renata Cristina Tutumi
- 16 de mai.
- 2 min de leitura
Sabe aquela mãe que você imaginava que seria antes de ter filhos? Paciência de monja, sorriso constante, criatividade sem fim, respostas prontas para toda crise…Aquela mãe que, aos seus olhos, seria quase um ser iluminado?
Então a realidade chega. E, no lugar dela, aparece uma mulher cansada, muitas vezes gritando, chorando no banheiro e dizendo: “eu não dou conta”. Se isso te soa familiar, respira fundo: você não está falhando. Você está vivendo algo profundo e transformador — o luto da mãe idealizada.

O que é o luto da mãe idealizada?
Segundo a psicóloga perinatal Laura Gutman, a maternidade nos coloca diante de um espelho que revela não apenas o melhor de nós, mas também aquilo que evitamos olhar. O luto da mãe idealizada é um processo de confronto entre a mãe que sonhamos ser e a mãe que conseguimos ser — com limites, dores, escolhas e contradições.
A psicóloga americana Brené Brown, em suas pesquisas sobre vulnerabilidade, reforça:
“A perfeição é o maior inimigo da conexão.” Na maternidade, isso se traduz em: quanto mais você tenta ser perfeita, mais distante fica de si mesma — e dos seus filhos.
Aceitar a mãe real que você é
Esse luto não é fracasso. É renascimento. É a morte simbólica da mãe onipotente, que abre espaço para o florescer de uma mãe real, possível, presente — e profundamente humana. Aceitar a mulher real que você é na maternidade te traz para perto de uma mãe que:
erra, mas se permite reparar.
chora, mas segue amando.
se desorganiza, mas busca se reconectar.
É sobre sair do ideal para viver o essencial.
Seu filho não precisa de uma mãe perfeita. Ele precisa de você. Do jeito que você é hoje.
Como transformar esse luto em força
Reconheça suas emoções:
Sentir raiva, frustração ou tristeza não te faz uma má mãe. Te faz humana.
Pratique a autocompaixão. Se acolha como acolheria um filho querido.
Rompa com a comparação:
A mãe perfeita das redes sociais não existe. Cada família vive uma realidade única, com contextos, apoios (ou a falta deles) e histórias diferentes.
Busque conexão, não controle:
Na parentalidade consciente e na Comunicação Não-Violenta (CNV), o foco está na qualidade da relação, não na obediência cega. Acolher os sentimentos da criança começa com acolher os seus próprios.
Você não está sozinha. Milhares de mulheres passam pelo mesmo turbilhão emocional — mas poucas falam sobre ele sem culpa ou vergonha.
Permita-se viver esse o luto da mãe que você idealizou. Ele é o solo fértil para o nascimento de uma maternidade mais verdadeira, honesta e potente.
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